Felicidade e diálogos

Queremos amar e existir

18ª Parada da Diversidade de Pelotas marca luta por inclusão da população LGBT

Jô Folha -

Muita cor, música, dança, porque a felicidade é importante, mas também conversa séria, tão imprescindível quanto. Entre apresentações e debates sobre inclusão, saúde e direitos, a 18ª Parada da Diversidade de Pelotas concentrou cerca de cinco mil pessoas na tarde de ontem, no largo Edmar Fetter, sob o lema "esse ano eu não morro".
A Parada é o encerramento da Semana da Diversidade, evento que está na terceira edição em Pelotas com o objetivo de levantar debates, marcar existência e celebrar o amor. O tema, em 2019, são os 50 anos das ações de Stonewall, evento nos Estados Unidos que foi marco na luta pelos direitos da população LGBT daquele país e de todo o mundo - ocorre na prefeitura, até o dia 13, uma exposição, oriunda de Porto Alegre, que conta a história deste e de movimentos nacionais e pelotenses.
Membro da organização, Thiago Abreu salienta que realizar tanto a Semana quanto a Parada da Diversidade, em 2019, é especialmente simbólico - ainda mais em um espaço historicamente de luta, como o Mercado Central. "O Brasil está difícil para nós. Temos diversas demandas, principalmente nas questões da saúde e de políticas de inclusão. Somos pessoas sem acesso a nada", diz. Dentro dessa realidade, Abreu destaca a importância da conquista do Conselho LGBT, recentemente empossado em Pelotas. "Foi uma construção coletiva de muita luta."

Militante
Dentro do debate sobre direitos e representatividade, a Parada da Diversidade recebeu a presença de Tathiane Araújo, presidente da Rede Trans Brasil. Ela é também conselheira nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania e coordenadora no Brasil da Rede Latina e Caribeña de Pessoas Trans.
Tathiana realizou palestra no sábado em Pelotas e, durante a Parada, conversou com o Diário Popular e afirmou que existe a necessidade de serem criados aparelhos públicos importantes para a população LGBT na cidade. "Um centro de referência e um ambulatório para que pessoas trans trabalhem a transição", citou. "É preciso que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja fortalecido e nos enxergue. Não queremos privilégios, apenas representatividade e que as nossas discussões sobre inclusão sigam acontecendo", finalizou.

Nós estamos aqui
O casal Juliana Dias e Manoella Martins estava de mãos dadas assistindo aos shows. Casadas oficialmente há um mês, foi até difícil para elas explicar algo tão natural como a importância do amor na atualidade. "Nos tempos em que estamos vivendo, com um Rio Grande do Sul racista e homofóbico, temos de reforçar a nossa presença", disse a primeira. "É nesses pequenos gestos que a gente mostra que existe", completou a amiga do casal, Liane Santos.

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